Quando o assunto é tecnologia e saúde, há quem torça o nariz por acreditar que qualquer exame ou monitoramento terá custo astronômico, encarecendo o tratamento. Essa discussão, que também envolve a telemedicina, é muito ampla.
Mas vamos reduzir esse papo a outra escala? No universo do tratamento do diabetes, por exemplo, a tecnologia não só traz empoderamento ao paciente, que detém o controle da saúde nas próprias mãos, mas melhora (e muito) a qualidade de vida dele, principalmente de quem precisa de insulina intensivamente.
As bombas de insulina são aparelhos que já monitoram a glicemia com troca de dados via bluetooth e têm sistemas que levam em consideração informações como contagem dos carboidratos, valor da glicemia capilar e exercícios físicos. Do tamanho de um celular, até gerenciam dados via controle remoto, com gráficos de horário e dia da semana. Embora as decisões devam ser tomadas entre paciente e médico e os dados imputados por eles, é a tecnologia trazendo liberdade ao indivíduo e privacidade no manejo de sua doença.
Outro exemplo são os pacientes que sofrem de apneia obstrutiva do sono. Os CPAPS, máscaras usadas para ajudar na respiração, já gravam os dados de horas de sono e frequência de respiração e enviam as informações ao médico, que monitora o tratamento a distância. Assim, a aderência ao tratamento também é mais eficiente.
Isso tudo apenas para citar como a tecnologia envolve e empodera os pacientes, sendo uma grande aliada no seguimento das doenças e colaborando — e muito — para a prevenção de cenários adversos na vida dessas pessoas.
É evidente que o profissional da saúde precisa estar antenado com essa tecnologia e buscar atualização (on-line e a distância, por que não?) em relação às novidades, tendências e softwares disponíveis no mercado. Como o médico do futuro já está por aqui, a expectativa é que a tecnologia favoreça cada vez mais essa interação.
Informação de qualidade e diálogo franco entre médico e paciente sempre são necessários para traçar as melhores estratégias em qualquer cenário, mas não há como negar o benefício da tecnologia dentro da Medicina.
Agora… voltando para a discussão ampla (onde estão os céticos), vale lembrar que, se o argumento quando o assunto é tecnologia e saúde for a desumanização da Medicina, há quem diga que a falta de respostas às dúvidas sobre saúde é que é uma falta de humanidade. Fica a reflexão.